Wednesday, January 02, 2008

PUBLICADO NA REVISTA CONTINENTE MULTICULTURAL


BALÕES

Ao me levar ao parque meu pai não comprava balões – e eu hipnotizado pelo vermelho-vivo, o amarelo, o azul esticado nas bexigas flutuantes. No fim, voltava arrastando minha frustração; custava tão pouco, a felicidade.
Hoje sei. Com aquele gesto rude, meu pai visava me guardar da fragilidade das esferas. Adiar meu choro. Meu pai não queria que eu descobrisse, tão cedo, a finitude de tudo.